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Sociedade Wally

Hoje vivemos em uma sociedade abarrotada de informações e pessoas, mas mesmo assim, um dos problemas mais comuns de quem vivencia tudo isso é a solidão.

É tanta informação, tanta gente, tantas possibilidades de contato...é tanto, que muitas vezes, acaba sendo nada.


Os melhores exemplos para discutir sobre isso surgem das redes sociais:

No Facebook, você adiciona diversas pessoas, muitas vezes pessoas que não vê há muitos anos ou mesmo que não tem muito contato, mas assim que você adiciona a pessoa, vocês são "amigos". Assim, simples e instantaneamente. O que é ser amigo? Quem são seus amigos? Quantos amigos você tem?

E o Instagram? Essas mesmas pessoas, ausentes durantes anos ou com pouca proximidade ao seu círculo de vivências, ao serem adicionadas ao seu "IG", automaticamente, são suas "seguidoras".


Esses amigos e seguidores, próximos a você ou não, passam a saber tudo sobre sua vida...com o que e com quem você trabalha, com quem você se relaciona, para onde e quantas vezes viaja, o que você come, bebe ou veste, por onde anda etc...é plena exposição.


Isso é bom para o ego, né? Mas não é tão bom assim para a alma.


Por que?

Porque cada vez mais pessoas são separadas pelas redes sociais, não falo de relacionamentos amorosos (Isso ai é tema pra outro post), falo de amizade, convívio, conversa, proximidade....tudo isso não existe mais, pelo menos não como antes. O objetivo do Happy hour, ou dos encontros atuais, é poder tirar fotos para postar nas redes sociais. Primeiro tiramos a foto, depois aproveitamos. Vemos em restaurantes, shoppings e reuniões de família, pessoas agarradas em seus celulares, mais preocupadas com quem está longe, do que com que está perto. E os Shows? Hoje existe uma nova modalidade, você paga o ingresso e assiste pela tela do celular o artista, que está na sua frente, enquanto filma todo o espetáculo.


Então sim, somos uma sociedade Wally. Cercados de pessoas, dispersos, e que não sabemos como lidar com isso, pois somos preenchidos por momentos de solidão, já que nosso foco é mostrar aos amigos do Facebook e aos seguidores do Instagram, o quanto somos felizes, temos dinheiro e estamos bem.

Acho que assim como o Wally, queremos ser encontrados, queremos atenção e somos muitos (uma multidão atualizada), muitos espalhados em uma confusão da transição de um momento antigo para um momento novo. Porém diferentemente do "muitos" que compõe um formigueiro...unido e focado em um objetivo, hoje somos um "muitos" disperso e sem rumo. O triste da questão é que a mesma ferramenta que pode nos "salvar" é a mesma que nos deixa desorientados.


Será que algo precisa mudar?


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